Se o Twitter e o Facebook são a praça pública da internet, o WhatsApp é a sala de estar de casa. E a plataforma promete trabalhar para que, nas eleições de 2020, a privacidade desse ambiente seja respeitada, como afirmou o diretor de Políticas Públicas para WhatsApp no Facebook Brasil, Dario Carnevalli Durigan. Ele ministrou um workshop no VII Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral, nesta sexta-feira (21). A empresa é uma das patrocinadoras do Congresso. A advogada Rafaele Wincardt mediou o evento e Diogo Rais, coordenador científico do congresso, acompanhou a transmissão.

Ao apresentar o contexto de interações no aplicativo, Durigan explicou que 90% das comunicações no WhatsApp são entre duas pessoas e que menos de 5% das mensagens são encaminhadas. Em média, os grupos são compostos por até 7 pessoas. Mesmo assim, esse conteúdo representa um volume considerável e os administradores da plataforma têm criado mecanismos para evitar que ela seja um canal de disseminação de notícias falsas.

Uma das medidas adotadas pela empresa foi restringir a quantidade de contatos a que se pode encaminhar uma mensagem de uma vez. Em 2018, eram até 20. Em 2019, esse limite mudou para 5 conversas. E, neste ano, após o início da pandemia da Covid-19, as mensagens que são altamente encaminhadas só podem ser enviadas para uma pessoa por vez. Além disso, os conteúdos que são repassados muitas vezes aparecem com uma seta duplicada, para informar que tende a ser informação que viralizou. Com essas medidas, houve uma redução de 30% de compartilhamentos no Brasil e 70% em escala global.

Outra iniciativa do aplicativo é trocar o botão de encaminhamento das mensagens por uma lupa, em que a pessoa pode clicar e conferir a apuração sobre a veracidade do conteúdo. O WhatsApp também está estruturando uma equipe própria de checadores para apurar os conteúdos.

Disparos em massa
Uma das medidas da empresa, segundo explicou Durigan, é que, com alguns feedbacks negativos, contas são banidas. Mas, questionado, ele não especificou o número de feedbacks necessários para que isso ocorra, afirmou que é feito automaticamente pelo sistema, que leva em conta, por exemplo se se trata de uma conta pessoal ou de uma conta da versão business. Mais de 400 mil contas foram banidas no último período eleitoral.

O WhatsApp no Brasil também tem ajuizado ações contra as empresas de disparos em massa para que não possam anunciar, executar e não ofertar esse tipo de serviço. “Temos compromisso com as instituições brasileiras e com a democracia. Há a intenção do WhatsApp, respeitadas as especificidades da empresa, de colaborar para que tenhamos eleições mais hígidas possíveis”, concluiu Durigan.