A polarização política e o uso das redes sociais nas campanhas eleitorais são temas recorrentes desde as últimas eleições e não poderiam ficar de fora da programação do VII Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral. Na manhã desta terça-feira (18/08), o quadro Enfoque recebeu o jornalista Felipe Seligman e os advogados Danilo Doneda e Estela Aranha para tratar sobre o tema.

“As redes sociais favorecem a polarização e a radicalização” afirmou Estela, presidente da Comissão de Proteção de Dados e Privacidade da OAB Rio de Janeiro. Segundo ela, o uso de robôs nas redes sociais dá a impressão de que uma visão está sendo debatida intensamente. “Não há debate público, vira uma conversa que fala sobre a mesma coisa”, explicou.

Doneda, advogado especialista em Proteção de Dados e Privacidade, ressaltou que o problema do uso das redes sociais nas campanhas eleitorais está na segmentação dos eleitores através das técnicas de marketing e na utilização de uma estrutura piramidal para difundir a informação. Para Seligman, co-fundador do portal Jota, essa segmentação permite a construção de uma campanha pulverizada e que pode atingir diversos públicos especificamente.

Estela defendeu que é necessário ter um banco de dados legítimo para conversar com o leitor para fazer valer a pena a comunicação. “É importante antever o que o marketing faz para a comunicação entre o partido e o eleitor e fazer o uso legítimo, sem levar o debate político apenas para as redes sociais”, defendeu.

Sobre o VII CBDE

O VII Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral é o maior e mais tradicional evento sobre o tema do Brasil e ocorre pela primeira vez totalmente on-line, de 17 a 21 de agosto. O evento reúne acadêmicos, advogados, magistrados, membros do MP, servidores da Justiça Eleitoral e ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do Superior Tribunal de Justiça (STF) e do Supremo Tribunal Federal (STF). A programação conta com mais de 140 palestrantes de 7 países.

O CBDE é organizado pelo Instituto Paranaense de Direito Eleitoral (Iprade), em parceria com o Instituto Brasileiro de Direito Eleitoral (Ibrade) e com o centro universitário Unibrasil.